Modelo SCARF: Como essa metodologia auxilia o seu negócio

No ambiente corporativo em constante evolução, compreender os fatores sociais que influenciam os colaboradores é essencial para uma gestão eficiente de pessoas. O Modelo SCARF é uma abordagem estratégica que auxilia nesse processo.

Essa metodologia destaca a relevância de identificar e equilibrar ameaças e incentivos sociais, oferecendo insights valiosos para a construção de um ambiente profissional mais saudável e motivador.

Em 2024, de acordo com o índice HP de relação com o trabalho, foi identificado que apenas 32% dos profissionais analisados possuem, atualmente, uma conexão saudável com suas atividades laborais.

As empresas e seus gestores enfrentam desafios crescentes diante desse contexto. A qualidade das interações no ambiente corporativo tem se deteriorado progressivamente, resultando em taxas elevadas de rotatividade e aumento da insatisfação profissional.

Para lidar com esse cenário, foi desenvolvido o Modelo SCARF, uma metodologia que une conceitos da neurociência e da psicologia organizacional. Criado por David Rock no início de 2000 e aprimorado ao longo dos anos, esse modelo visa otimizar as relações interpessoais e emocionais dentro das organizações, promovendo um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo.

Como funciona o Modelo SCARF

Ao encarar determinada situação como ameaça o cérebro aciona o sistema límbico e entra em estado de defesa, a questão é que quando estamos com o sistema límbico no comando, pouco conseguimos usar o nosso córtex pré-frontal, área dedicada ao pensamento lógico e racional, por meio de onde criamos e temos insights (em sincronia com nosso subconsciente).  Ao trabalhar mais com o córtex pré-frontal tornamo-nos mais produtivos, conseguimos enxergar as coisas como elas realmente são, sem interferências de emoções negativas.

David Rock, em suas pesquisas, pontuou 5 necessidades básicas do cérebro social: Status, Certeza, Autonomia, Relações e Justiça (Em inglês, Status, Certainty, Autonomy, Relatedness, and Fairness – SCARF). Quanto menos negligenciamos essas necessidades, menos ativamos o sistema límbico:

CERTEZA: é fundamental que as pessoas trabalhem com seu status de certeza contemplado. Todos nós precisamos do mínimo de segurança para desempenhar nossos papéis e, quando estamos com o status de certeza afetado, tornamo-nos inseguros, indecisos e trabalhamos na defensiva. As ideias não acontecem, a empresa não inova e um ambiente de guerra em busca de culpados é criado.

AUTONOMIA: ter o mínimo de autonomia também se encaixa como uma necessidade básica, afinal, as pessoas querem fazer escolhas, ter liberdade para tomar as próprias decisões. É uma necessidade diretamente ligada ao Status.

RELAÇÕES: o status de pertencimento é fundamental para que o indivíduo se sinta integrado a um grupo social. Nós somos seres sociais e só atingimos a plenitude vivendo em sociedade. Ter pessoas ao redor que apoiam e compartilham de ideias semelhantes é fundamental para que o colaborador não se sinta isolada, solitária e triste.

JUSTIÇA: Essa necessidade é tão poderosa que, quando um indivíduo se sente injustiçado, pode tomar atitudes extremas, com o sistema límbico totalmente no controle. Quando alguém se sente injustiçado ativa sentimentos como raiva e frustração, altamente tóxicos para o ambiente corporativo.

Todo ser humano tem essas cinco necessidades, porém a ordem de importância muda para cada um. Nem sempre a necessidade de status de um é a mesma para o outro, embora todos a tenhamos.

Estratégias para ampliar o engajamento dos profissionais

Garantir um ambiente emocionalmente positivo exige atenção a fatores fundamentais:

  • Valorização: Reconhecer publicamente as conquistas dos colaboradores fortalece o senso de status.
  • Comunicação clara: Informar sobre mudanças e expectativas reduz incertezas e melhora a segurança dos profissionais.
  • Autonomia: Permitir que os colaboradores tenham mais controle sobre seu trabalho melhora o comprometimento.
  • Ambiente colaborativo: Incentivar relações interpessoais saudáveis promove um clima organizacional positivo.
  • Justiça organizacional: Garantir decisões equitativas e transparentes fortalece a confiança dentro da equipe.

No cooperativismo, esses aspectos ganham ainda mais relevância, pois esse modelo de gestão valoriza a participação ativa e a colaboração entre os membros.

Vantagens da aplicação do Modelo SCARF no cooperativismo

O sistema cooperativista se destaca por sua estrutura participativa e igualitária, alinhando-se perfeitamente às diretrizes do Modelo SCARF:

  • Reconhecimento: Incentivo à qualificação profissional e reconhecimento das conquistas.
  • Transparência: Comunicação aberta e participativa sobre decisões e diretrizes da cooperativa.
  • Participação ativa: Os membros têm autonomia para influenciar no funcionamento da organização.
  • Senso de comunidade: A interação entre os membros fortalece os laços interpessoais.
  • Equidade: Todos os participantes possuem direitos iguais, garantindo um ambiente justo e motivador.

Ao aplicar essa metodologia, as cooperativas conseguem melhorar significativamente o envolvimento e a produtividade de seus integrantes, garantindo melhores serviços e resultados empresariais.

Considerações finais

Diante de um cenário corporativo desafiador, o Modelo SCARF surge como uma estratégia eficiente para transformar as relações de trabalho. No cooperativismo, ele se encaixa perfeitamente por reforçar a transparência, a colaboração e a equidade, aspectos fundamentais para o sucesso desse modelo de gestão.

Ao adotar os princípios do Modelo SCARF, é possível criar um ambiente profissional mais motivador, produtivo e satisfatório para todos.

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